Colonialismo e Tecnologias de Repressão: Como Israel Exporta Métodos de Controle e Vigilância

Forças de Israel sequestram veleiro com ativistas rumo a Gaza e ampliam cerco; ataques já deixaram mais de 55 mil palestinos mortos desde 2023

Colonialismo e Tecnologias de Repressão: Como Israel Exporta Métodos de Controle e Vigilância
Colonialismo e Tecnologias de Repressão: Como Israel Exporta Métodos de Controle e Vigilância (Foto: Reprodução)

Colonialismo e tecnologias de repressão, entenda atuação de Israel

 

Na última semana, o veleiro Madleen, carregando arroz, leite em pó e alguns remédios simbólicos, foi interceptado por forças militares de Israel — em águas internacionais. A bordo estavam ativistas de todo o mundo, como a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, que foram detidos por tentarem furar o cerco à Faixa de Gaza.

 A operação foi denunciada como um ato de pirataria internacional, o que pode ser também entendido como um sequestro armado patrocinado por um Estado. Enquanto isso, a mídia noticiou que mais de 55 mil palestinos foram mortos desde outubro de 2023. Famílias inteiras sumiram sob os escombros. Israel diz que suas ações são por "segurança", mas essa justificativa é antiga — a mesma que foi usada após bombardeios à escolas, hospitais e campos de refugiados. 

 

Gaza: uma prisão a céu aberto?

Desde 2007, Gaza vive sob um bloqueio entendido como brutal, que por vezes, impediu a entrada de comida, remédios, combustível e até água potável. E quem tenta ajudar o povo palestino é tratado por Israel como criminoso. O veleiro Madleen foi considerado ameaça — por carregar farinha e remédio. O que está em jogo pode ser algo muito maior: a tentativa de calar qualquer gesto de solidariedade, de controlar pela fome, pela guerra, pela vigilância. 

Quem arma o apartheid? Israel faz isso sozinho? Há dados que sugerem que 69% das armas usadas vêm dos EUA. A Alemanha, dizendo agir em prevenção a um novo Holocausto, também é mencionada por suposto envio de bombas e até submarinos. E o mais grave: equipamentos  testados em Gaza depois podem ser vendidos pelo mundo todo. Empresas como Elbit Systems e Rafael exportam drones, armas, câmeras e softwares de espionagem. 

Muitas dessas tecnologias podem já terem chegado ao Brasil e aparentemente servem pra reprimir a favela e militarizar nossas polícias. Até o Pegasus, famoso por invadir celulares de jornalistas e ativistas, já foi negociado com governos autoritários. O que pode demonstrar a perpetuação do colonialismo e o domínio pautado na raça, como justificativa para dizimar toda uma população. 

 

Resistência é crime para quem lucra com o medo

 A prisão de Thiago Ávila, militante ecossocialista brasileiro, mostrou como o sionismo pode transformar solidariedade em crime. A história da Flotilha da Liberdade é de ousadia: desafiar bloqueios, expor a hipocrisia dos governos e denunciar o apartheid com ações simbólicas e corajosas. Gaza é tratada como um laboratório de repressão. Sob um olhar observativo, lá se testa como matar em silêncio, como cortar eletricidade, como destruir plantações, como manter 2 milhões de pessoas cercadas — e tudo isso pode ser vendido como “tecnologia de segurança”.

 

E o Brasil?

 É urgente que o Brasil reveja seu posicionamento internacional e deixe de apoiar Israel, alinhando-se às demandas globais por justiça e respeito aos direitos humanos. A continuidade do conflito em Gaza, marcado por violações graves do direito internacional e altos números de vítimas civis, exige uma postura firme e coerente com os princípios humanitários e de autodeterminação dos povos. 

 O Brasil, como uma nação historicamente comprometida com a paz e a diplomacia multilateral, deveria priorizar a defesa dos direitos do povo palestino, pressionando por um cessar-fogo imediato e pelo fim da ocupação ilegal. Manter-se supostamente alinhado a Israel, em meio a denúncias de crimes de guerra e apartheid, não só pode prejudicar a imagem do país, mas também o afastá-lo de seus valores constitucionais e de sua liderança no Sul Global. A mudança de posição não é apenas uma questão política, mas um imperativo ético. O momento exige coragem para romper com alianças internacionais que podem perpetuar a violência e assumir um papel ativo na construção de uma solução justa e duradoura no Oriente Médio. O Brasil não deveria se calar diante de denúncias de crueldades feitas a inocentes — a hora de agir é agora.

 

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