GCM armada em Bauru: medida aumenta risco de violência e atinge principalmente população negra
A decisão de armar a GCM de Bauru levanta alertas sobre aumento da letalidade, especialmente contra pessoas negras. Especialistas apontam: mais armas significam mais mortes, não mais segurança.

Mais armas, mais mortes. E quase sempre, os alvos têm cor
A Prefeitura de Bauru anunciou que vai armar a Guarda Civil Municipal (GCM). A medida, apresentada como uma forma de reforçar a segurança pública, acende um sinal de alerta: o aumento da letalidade, especialmente contra a população negra e periférica.
Segurança para quem?
Em outras cidades onde a GCM foi armada, os índices de violência letal aumentaram, atingindo com mais frequência pessoas negras. A história mostra que a repressão armada não é neutra. Ela se direciona, quase sempre, para quem já vive nas margens: os pobres, os pretos, os favelados.
Ao mesmo tempo em que o Estado investe bilhões em equipamentos, armas e treinamentos repressivos, faltam políticas públicas nas áreas que realmente reduzem a violência — como educação, cultura, saúde, assistência social e geração de emprego.
Armar a GCM é aprofundar o genocídio
O racismo estrutural e a lógica de criminalização da pobreza já marcam profundamente a atuação das forças de segurança. Colocar armas nas mãos da GCM é ampliar esse poder de forma perigosa, em uma cidade onde faltam medidas de controle, transparência e proteção dos direitos humanos.
A militarização das cidades não resolve conflitos sociais. Apenas os empurra para longe dos olhos de quem pode pagar por segurança privada — enquanto a bala sobra para os de sempre.
Conclusão
A proposta de armar a GCM de Bauru é mais do que uma decisão administrativa. É uma escolha política que pode custar vidas. Mais armas não significam mais segurança. Significam mais mortes — e mais uma vez, mortes com cor, endereço e classe social bem definidos.
Se a intenção é garantir segurança, o caminho passa pela justiça social, e não pelo aumento da repressão.
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