Prefeitura fecha as portas para o diálogo — e escancara para a barganha
Reajuste salarial em Bauru expõe desigualdade: vereadores garantem 88% de aumento, enquanto servidores recebem apenas 4,83%. Prefeitura nega diálogo e ignora reivindicações do funcionalismo. Entenda o caso.

Por Redação FMC Comunica
Em Bauru, a desigualdade institucionalizada ganhou um novo capítulo — e um velho enredo. Enquanto os servidores públicos municipais clamam por valorização e dignidade, a gestão Suéllen Rosim segue firme em sua postura autoritária, negando até mesmo a abertura de diálogo com a categoria.
O reajuste salarial, que deveria ser pauta de negociação, virou um retrato cruel da hierarquia de prioridades do poder público.
Os números escancaram o abismo: em 2022, os vereadores aprovaram para si um aumento que salta de R$ 7.800 para R$ 14.700 em 2025 — um reajuste de quase 88%. Já os servidores, após anos de perdas acumuladas e salários corroídos pela inflação, receberam apenas 4,83%, empurrados goela abaixo.
Nada de negociação. Nada de escuta. Só silêncio — e desprezo.
A reivindicação dos trabalhadores é de 27%, índice que busca não luxo, mas a recomposição do poder de compra.
Mais de 7 mil famílias dependem desses salários para sobreviver, mas, para a prefeitura, parecem ser apenas estatísticas em uma planilha desumanizada.
A gestão se justifica com discursos vazios e valores seletivamente cristãos.
Mas não é fé o que move esse modelo de política — é conveniência.
Porque quando o aumento chega primeiro pra quem já tem tudo, não se trata de valorização: é um escárnio.
Não falta recurso.
Falta prioridade.
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