Superlotação, falta de insumos e descaso: a crise nas UPAs de Bauru continua
Sistema de saúde vive colapso prolongado enquanto Prefeitura repete discurso de que “faz o possível”; população segue sem atendimento digno

A saúde pública de Bauru enfrenta um colapso que se arrasta há anos.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade — Bela Vista, Ipiranga e Geisel — o cenário é de caos: superlotação, falta de médicos e escassez de insumos essenciais. Enquanto isso, a Prefeitura mantém o discurso de que está “fazendo o possível”, apesar da realidade nas unidades mostrar o contrário. Com o encerramento de um contrato emergencial voltado ao combate da dengue, a gestão municipal reduziu o número de médicos em todas as UPAs.
A consequência foi imediata: menos clínicos e pediatras, aumento nas filas e tempos de espera que chegam a ultrapassar 10 horas em determinados turnos. Quem procura atendimento encontra salas cheias, cadeiras improvisadas e poucos profissionais tentando dar conta de uma demanda cada vez maior. Além da falta de pessoal, os relatos de escassez de insumos básicos são constantes.
Faltam gazes, luvas, seringas e medicamentos simples — materiais essenciais para qualquer procedimento básico de urgência. Há anos, profissionais da saúde denunciam a precariedade da estrutura de trabalho, sendo forçados a improvisar para garantir o mínimo de atendimento possível. A situação, embora grave, não é tratada com a urgência que exige. A resposta da Prefeitura segue sendo a mesma: “estamos fazendo o possível”. No entanto, essa justificativa já não convence mais a população, tampouco os trabalhadores da saúde.
Na Câmara Municipal, a vereadora Estela Almagro tem sido uma das vozes mais firmes na cobrança por mudanças. “O que falta não é esforço dos profissionais, é vontade política para garantir atendimento digno à população”, afirmou em uma das sessões recentes. Suas críticas expõem uma realidade cada vez mais difícil de esconder: a saúde pública da cidade está sendo deixada de lado.
Enquanto a administração insiste em discursos prontos, a população segue enfrentando longas madrugadas em busca de socorro. O direito à saúde, garantido por lei, segue sendo tratado com descaso. O povo de Bauru não pede milagres, pede respeito. E o respeito começa com uma gestão que encare a saúde como prioridade, e não como problema secundário.
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